A alteração forçada das nossas rotinas e o “novo normal”, que leva muitos a ficar mais tempo resguardados nas suas casas, pode ser uma oportunidade para criar novos hábitos que nos ajudem a ficar mais saudáveis e sentirmo-nos melhor.

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Sendo verdade que a alimentação, por si, não é forma de combater a pandemia da COVID-19, as próprias entidades oficiais internacionais assumem o papel positivo que pode ter uma alimentação adequada nesta fase. Segundo a Direção Geral da Saúde “um estado nutricional e de hidratação adequados contribuem, de um modo geral, para um sistema imunitário otimizado e para uma melhor recuperação dos indivíduos em situação de doença.

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Naturalmente que, tal como afirma a DGS, “as boas práticas de higiene continuam a ser a melhor forma de prevenir a doença”. A principal forma de evitar infeções é manter os microrganismos que os atacam longe. Isso significa reforçar a higiene, evitar levar mexer na boca e nariz tanto quanto possível e manter a distância de pessoas com sintomas de infeção.

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O que importa saber sobre o Sistema Imunitário?

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O nosso sistema imunitário é um sistema de defesa complexo, munido de várias ferramentas que se complementam para evitar a entrada, destruir e eliminar agentes externos ao nosso corpo.

Existem vários órgãos que têm uma função imunológica, desde a pele e mucosa que constituem a primeira barreira física à entrada microrganismos como vírus e bactérias, até à medula óssea, baço, amígdalas, timo, entre outros. Esta complexidade faz com que existam vários fatores no nosso estilo de vida que podem interferir no seu funcionamento.

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Principais fatores que interferem no sistema imunitário

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A importância da alimentação

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Existem diferentes fatores que interferem na competência do sistema imunitário e a alimentação desempenha um papel crítico no seu desenvolvimento e manutenção da saúde.

Uma alimentação pobre e o excesso de peso podem aumentar o risco de infeção e comprometer o funcionamento do sistema imunitário.

O que a investigação científica nos tem mostrado nos últimos anos é que, apesar de não existirem alimentos, nutrientes ou suplementos alimentares que tenham provado ser eficazes a prevenir infeções, por si só, uma alimentação adequada tem o potencial de melhorar a nossa saúde de forma significativa.

Consumir quantidade suficiente de vitaminas A, C, D, E, B2, B6, B12, ácido fólico, ferro, selénio e zinco, através da alimentação, é fundamental para aumentar a resistência a infeções e recuperar mais facilmente. Especialmente com o avanço da idade quando as necessidades em alguns micronutrientes, como os antioxidantes, aumentam e os cuidados com a saúde devem ser redobrados.

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Como comer de forma saudável?

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Seguir as recomendações alimentares da Roda dos Alimentos será o suficiente para garantir o aporte recomendado destes nutrientes diariamente para a maioria das pessoas.

É importante não ficar abaixo das recomendações, para garantir que não faltam nutrientes.

Aproximadamente 50% da nossa alimentação deve ser constituída por frutas, vegetais e leguminosas. Para um adulto de estatura média recomenda-se aproximadamente 4 peça de fruta, 560 gramas de vegetais e 120 gramas de leguminosas por dia.

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Cereais e tubérculos 28%- 4 a 11 porções

Frutas 23%- 480 gr a 800 gr

Vegetais 20%- 420 gr a 700 gr

Gorduras e óleos 2%- 1 a 3 colheres de sopa

Lacticínios 18%- 2 a 3 porções

Carne, pescado e ovos 5%- 38 gr a 113 gr

Leguminosas 4%- 80 gr a 160 gr

Água- mínimo 1.5L

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Segundo a roda dos alimentos, esta deve ser a proporção de cada grupo de alimentos diariamente. Para facilitar, podemos representar estas recomendações de forma mais prática.

Deixo-vos um exemplo de plano alimentar que fornece todos os nutrientes essências que o seu sistema imunitário necessita.

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Plano Alimentar

Pequeno-almoço:

Aveia (35g)

200 ml de leite magro

1 peça de fruta

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Meio da manhã:

30 g de oleaginosas

1 peça de fruta

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Almoço:

1 posta pequena de peixe grelhado (50gr)

Meio prato de legumes sem folha (abóbora, cenoura, pimento, beterraba, etc.)

3 batatinhas pequenas

1 colher de sopa de azeite

Meia fatia de broa de milho (70 gr)

1 peça de fruta rica em vitamina C (laranja, kiwi, papaia, morangos, etc.)

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Lanche:

1 pão pequeno (50 gramas)

Meio queijo fresco

1 mão de tomate cherry

1 peça de fruta

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Jantar:

1 sopa de legumes

2 mãos cheias de vegetais (folha verde escura brócolos, couve galega, agrião, etc.)

2 colheres de servir de arroz integral

1 colher de servir de ervilhas

1 ovo escalfado

1 colher de sopa de azeite

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Nota: Atenção que é apenas um exemplo para um adulto de estatura e peso médios. Não dispensa a ida a um nutricionista.

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Referências:

https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/30336639/?from_term=nutrition+and+immunity&from_pos=2
https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32304029/
https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/30675873/
https://link.springer.com/article/10.1007/s11657-020-0695-x
https://covid19.min-saude.pt/wp-content/uploads/2020/03/05-PNPAS_V5.pdf?fbclid=IwAR0_IyDKy4UTmWBtSGQz7rZLa0S8ytZCSf-G0f3BnTG5xgWmiAK8tgOxzpQ
https://www.sns.gov.pt/wp-content/uploads/2017/07/DGS_PNPAS2017_V7.pdf
https://alimentacaosaudavel.dgs.pt/roda-dos-alimentos/

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