O excesso de peso e obesidade estão longe de ser a única consequência de uma alimentação desequilibrada. Desengana-te se pensas que aquelas pessoas que parecem comer tudo o que é “mau” sem engordar estão livres de ter problemas de saúde resultantes dos seus hábitos alimentares. De facto, é possível ser magro e ter igualmente risco elevado para diversas doenças devido a um estilo alimentar desequilibrado.

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Mais do que o peso, existem outras consequências que, por serem muitas vezes invisíveis, só pensamos nelas depois de já termos uma doença diagnosticada numa fase avançada.  

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Em Portugal, como acontece na maioria dos países ocidentais, os hábitos alimentares inadequados constituem o maior fator de risco de morte prematura. Segundo o relatório da DGS de 2015, os hábitos alimentares são responsáveis por 19.2% dos anos de vida perdidos prematuramente!

Retirado de https://alimentacaosaudavel.dgs.pt/activeapp2020/wp-content/uploads/2019/12/Relato%CC%81rio-Portugal-Alimentac%CC%A7a%CC%83o-Sauda%CC%81vel-em-nu%CC%81meros-2015.pdf

As pessoas que têm o hábito de consumir pouca fruta, poucos hortícolas e uma dieta rica em sal são as que apresentam maior risco.

Retirado de https://alimentacaosaudavel.dgs.pt/activeapp2020/wp-content/uploads/2019/12/Relato%CC%81rio-Portugal-Alimentac%CC%A7a%CC%83o-Sauda%CC%81vel-em-nu%CC%81meros-2015.pdf

Muitas pessoas ainda assumem que a altura da sua morte é definida apenas por condições genéticas ou acidentais. Mas será?

E se te disser que se estima que o ambiente em que vivemos interfere em 80% a 90% na expressão de doenças, em comparação com 10 a 20% atribuídos à nossa genética?

É fácil pensar que são genéticos os comportamentos que “herdamos” dos nossos pais e que não podemos fazer nada para os mudar. Mas será que temos esse comportamento porque estamos programados geneticamente ou porque foram eles, os nossos pais, a educar-nos e a servir de modelo.

“Tal pai, tal filho!”

O ambiente em que vivemos interfere com vários aspectos da nossa saúde e pode mesmo determiná-la. Muitas vezes, basta nos mudarmos de cidade (ou casar-nos com alguém com hábitos alimentares diferentes 😉 ) para mudarmos a probabilidade de ter uma determinada doença, radicalmente! Com novos hábitos alimentares temos novas doenças.

Estaremos condicionados pela nossa genética de tal forma que não podemos mudar de hábitos, deixar de fumar, andar mais a pé e menos de carro, comer coisas diferentes, mastigar mais devagar, beber menos álcool, viver noutro local, mudar de trabalho? Por mais difícil e assustador que possa ser mudar o nosso estilo de vida, o ser humano tem uma capacidade de adaptação extraordinária e todos temos a capacidade de mudar, por mais difícil que seja sair da zona de conforto.

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Concretamente, quais são as possíveis consequências de ter uma alimentação inadequada?

Doenças cardíacas, hipertensão arterial, vários tipos de cancro, diabetes são algumas das mais famosas e prevalentes mas há mais.

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Doenças renais e do sistema urinário, doenças músculo-esqueléticas como artroses, perturbações psiquiátricas como o Parkinson e depressão são algumas das doenças que podemos relacionar diretamente, mas não exclusivamente, aos hábitos alimentares.

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Mas há um tema muito importante que fica por falar demasiadas vezes. Os sintomas subclínicos. Estes sintomas não chegam para fazer o diagnóstico de doença mas podem diminuir significativamente a qualidade de vida de quem os sente diariamente. A medicina tem poucas respostas para estas queixas, que aparecem isoladamente, e não estão associadas a uma doença. Muitas vezes são a consequência de desiquilíbrios nutricionais que não são identificados e ficam por tratar por falta de acompanhamento nutricional da população.

-Dores de cabeça

– Fadiga

-Irritabilidade

– Obstipação/diarreia

– Distensão abdominal

– Constipações recorrentes

– Falta de concentração

– Dores e rigidez muscular

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Compensa comer de forma saudável?

Sem dúvida!

Tirando todos os mitos e desinformação que efetivamente existe na área da nutrição, é inegável o papel do estilo de vida na predisposição de doença. A alimentação interfere diretamente na probabilidade que temos de ter diversas doenças, incluindo as que mais matam em portugal, às quais já me referi neste artigo.

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Comer de forma saudável e diminuir o risco de doenças significa que estaremos livres de vir a desenvolver essas doenças? Não mas é menos provável!

Aprender a ter uma alimentação saudável e prazerosa é uma das melhores formas de nos cuidarmos, de viver mais tempo e com mais saúde!

A preocupação com a alimentação veio para ficar.

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Nota: Este artigo foi desenvolvido com o apoio da https://www.amarmita.pt/. Um parceiro para as tuas refeições de almoço e jantar.

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